Um novo estudo realizado com quase 19.346 funcionários de 19 países, incluindo o Brasil, aponta um engajamento maior entre os funcionários que trabalham fora da empresa em comparação com aqueles que dão expediente no escritório. O "Global Study Engagement", realizado pela ADP Research Institute, mostra que 29% dos "profissionais virtuais" que fazem parte de um time (projeto ou empresa) são totalmente engajados, contra 18% dos que trabalham "full-time" (tempo integral) em um escritório.
Para os pesquisadores, esse dado indica que a proximidade física não é obrigatória para criar-se um senso de time e que a possibilidade de trabalhar de forma flexível, seja home office, seja em outro espaço fora da empresa, motiva os funcionários. "A flexibilidade do trabalho é uma realidade que os nossos estudos apontam há três anos. As pessoas querem evitar o estresse que hoje têm no deslocamento e anseiam por um dia a dia mais flexível", diz Mariane Guerra, vicepresidente de Recursos Humanos da ADP para América Latina.
Para determinar se os trabalhadores estão totalmente engajados, os pesquisadores analisaram os aspectos positivos extremos de cada resposta, dando maior peso às perguntas que ligavam um relacionamento mais forte a resultados mais produtivos. Na média global, apenas 16% dos profissionais foram considerados como "totalmente engajados" - 84%, portanto, não estão trabalhando usando todo o potencial que deveriam, segundo definição da pesquisa.
No Brasil, o índice de engajamento caiu de 16% em 2015, para 14%. China, México e Estados Unidos também apresentaram queda em comparação à pesquisa similar realizada pela ADP há três anos. Por outro lado, países como Argentina, França e Índia viram o esse índice aumentar. "Os profissionais que não estão engajados têm mais chance de sair voluntariamente da empresa e um custo do turnover é altíssimo. Demora-se para preencher a vaga, para recrutar, adaptar um novo funcionário. Falar de engajamento, portanto, não é só uma questão de falar de empresas e funcionários felizes. As empresas descobriram que isso custa muito dinheiro pra companhia. Se as pessoas trabalharem felizes, conectadas com
organização, traz bons resultados"
Um desafio a todas as empresas, independente do país, é fornecer uma estrutura adequada às novas demandas para montagem de seus times - sejam locais ou de trabalho à distância, seja para receber a nova geração que prefere trabalhar em tempo parcial e por projeto. Segundo o estudo, um profissional que se sente parte de um time tem 2,3 vezes mais chance de se sentir totalmente engajado - mas 75% dos entrevistados relataram que suas equipes não estão representadas no organograma de suas empresas.
A relação confiança que se estabelece entre gestor e funcionário também tem um impacto forte no engajamento. Essa confiança, segundo o estudo, pode ser expressada de duas formas: os funcionários têm completo entendimento sobre o que é esperado deles e ele pode utilizar, no dia a dia, suas melhores habilidades profissionais no dia a dia. Um profissional que confia na liderança tem 12 vezes mais chance de se sentir comprometido do que os que não confiam.
Por Valor Econômico
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