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Como o recrutamento às cegas pode trazer diversidade para as empresas

publicada em 03/09/2019

Um processo seletivo em que o recrutador não tem acesso a informações detalhadas do candidato. Cor da pele, gênero, idade, endereço, escolaridade e até o nome da faculdade são ocultos durante a primeira etapa do processo.  

A ideia é garantir uma seleção neutra, sem os vieses que, muitas vezes, são criados no primeiro contato entre o recrutador e o candidato. A modalidade, chamada de ‘recrutamento às cegas’, está invadindo a área de recursos humanos das empresas em todo o mundo. 

Para a psicóloga e consultora de recursos humanos, Jacqueline Resch, a vantagem desse método é inserir a diversidade dentro das empresas. “Quando isso acontece, a instituição se torna mais forte, porque vozes diferentes constroem ótimas ideias”, afirma.

O processo funciona da seguinte forma: durante as primeiras etapas, tudo feito por meio de uma plataforma online, que omite os dados pessoais dos candidatos. O que conta são as habilidades e competências do concorrente à vaga. Com essas informações na mão, o recrutador faz o primeiro filtro. O contato pessoal só virá na segunda fase. 

"A ideia é que, adotando este tipo de prática, os vieses inconscientes e os preconceitos dos recrutadores não interfiram na contratação de profissionais capazes de realizar bem o cargo e contribuir com a empresa. É daí que vem a diversidade", diz Jacqueline. 

Confira abaixo quatro empresas que aderiram ao programa. 

Cargill

A modalidade de recrutamento é aplicada na empresa desde 2018, para cargos de supervisão. O principal objetivo da Cargill é aumentar a diversidade entre os funcionários. 

"Estamos dando um passo simples em direção a uma mudança disruptiva", diz Simone Beier, diretora de recursos humanos da Cargill.

Na fase inicial da triagem dos currículos, nome, gênero, idade e raça são ocultos. "É um processo que combate a discriminação, deixando de lado qualquer julgamento sexista, social ou racial", afirma Simone.

Danone

A Danone aderiu no início deste ano ao processo seletivo às cegas. O candidato pode se inscrever a qualquer vaga pelo site da empresa — e a única informação que deve ser preenchida é sobre as habilidades profissionais. Cursos e pós-graduação também não são requisitos para concorrer à vaga. 

No caso de estagiários, a primeira fase é 100% digital. Por meio de chatbot, o candidato faz um teste de compatibilidade de cultura, inglês e raciocínio lógico — nada de perguntas pessoais. 

Após oito meses da aderência ao programa, Andrea Zitune, head da área de Talent da Danone, diz que é possível enxergar o resultado positivo. “Hoje, por exemplo, nossa equipe de vendas é composta por 44% de funcionárias mulheres, o que não acontecia antes”, afirma. “Houve também um aumento de funcionários de outras regiões, idades e etnias”, diz.

Nubank 

Engajada em criar um time diverso, a startup aderiu ao programa no início de 2016. "A gente acredita que o processo às cegas reduz os vieses incoscientes que surgem durante um processo de avaliação", diz Silvia Kihara, gerente de Recrutamento do Nubank.

A metodologia é usada principalmente para os cargos ligados à engenharia de software. Não existe pré-requisito para preencher o currículo. O candidato escolhe as informações que serão compartilhadas com o entrevistado. A única exigência é a participação em uma atividade online e prática: digitar códigos de dados. É por meio deste teste que o profissional será avaliado.  

Votorantim Cimentos

A seleção às cegas foi adotada pela Votorantim Cimentos em 2018 para a escolha dos trainees. "A gente decidiu abrir mão de filtros convencionais para conhecer a história de vida do candidato e enxergar a conexão entre ele e a Votorantim Cimentos", afirma Thatiana Soto Riva, gerente global de Captação, Treinamento e Desenvolvimento.

Segundo o consultor de Atratividade e Diversidade da Votorantim Cimentos, Aldo Frachia, o método traz candidatos engajados. “Percebemos que, depois da adoção do recrutamento às cegas, contratamos pessoas mais dedicadas.

 

Por Época Negócios

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